domingo, 23 de agosto de 2009

Barulho

Escrevi no caderno só para não oerder a tradição. mas escrevi à caneta.
Desta vez não poderei apagar.
Eu bebi. Não sei que dia é hoje. Considero dia vinte.
Não sei o que escrevo. Não sei quem sou.
Hoje eu sou feita de sensações.
Estalos orais. Palavras. Barulho.
Lugares repletos de pessoas, seres irritantes que tem que berrar.
Barulho. Pré-adolescentes que bebem com os pais.
Crianças que não sabem brincar.
Outras pessoas. Serão outras pessoas.
Você quis que eu fosse embora. Serei eu mesma.
Não estarei com ninguém. Estarei sempre com alguem.
Novas pessoas,
Eu estava dançando.
Conheci ela lavando louça, com uma sobra de chocolate ao lado esquerdo de sua boca.
Outros beijos.
Beijos que me lembram banho. Peles molhadas.
Seu cabelo contornando seus contornos.
Beijos que me lembram sua cama. Seu cheiro.
Você procurando outro cheiros em mim para ficar mal.
Auto-punição.
Finge estar bem.
Me lembro do gramado ao ver estrelas. Como quis aquelas estrelas. como quis você.
Eu queria que você quisesse quando eu quis.
Eu odeio esse desencontro. Serão novos beijos.
Barulho.
Beijos que lembram capim ao despertar.
Ao som de alguma banda inglesa. Tomar café e fumar seu cigarro. E lembrar dos olhos por detrás dos óculos alaranjados.
Beijos que me lembram brisa e maresia. Praias silenciosas e cigarros intoxicantes.
Sexo e suor. Dor e pena. Ódio pelo amor.
Beijos que me lembrarão chuva. Me lembrarão como quando o céu despenca o mundo é nosso. E fomos três juntos. Beijos que foram lindos. Pingamos liberdade.
Ruas que falam lembranças.
Aquelas pessoas que nunca mais vi e que não sei mais quem são.
Odeio. não quero noticias. Não quero presença.
Barulho. Vou preferir o silencio.
É um grande Nada.
Esse tudo é o grande Nada.
Homens que me deixam com tremenda raiva.
Que eu queria que me amassem. Queria que meu pai me conhecesse.
Que fosse mais sincero.
Sinceridade.
Como dói até para mim minha sinceridade.
Amo muitos deles.
Expresso isso.
Posso me expressar. Me expressar para qualquer um,
dizer diretamente o que sinto. O que penso.
Mas duvido que alguém me diga. Queria ouvir. Sempre quis.
Queria alguem me perseguir por bem.
Beijos imaginários. Beijos sonhados.
Serão outros beijos.
Barulho. Urbano. Longe. Irreal.
Raiva.
Tem a preguiça. Preguiça dessa sua cara linda, desse olhar vazio.
Preguiça da sua fama irresistível e do seu beijo rejeitado.
Preguiça de perseguir você e seus cabelos em destaque.
As ruas não levam a lugar algum.
Preguiça dessa sua virgindade, dessa sua grosseria.
Preguiça da sua gravidez.
Preguiça do seu olhar em tantos mil.
Desse seu carinho vazio.
Raiva desse meu jeito de correr atrpas.
Mania de sofrer. Jeito de me esconder.
Tenho implicancia, tenho ciumes.
Beijos arrepiantes.
Serão novos beijos. Uns vou odiar.
Em outros vou Vadiar.
Teremos sensações.
Morderei sua pele marcada.
Amarei suas cicatrizes.
Tocarei sua tatuagem.
Me beije. Me chame de inútil.
Barulho. fo-da-se.
Você, ela, ela, eles, nós, eu.
FO-DA-SE.
eu não ligo.
E no fim ligo mais que qualquer outra pessoa.
E tenho vontade de quebrar tudo nas paredes.
Mas sobra o silêncio em nome do controle.
Barulho. Barulho mental.
Eu AMO você! AMO!
Vejo poesia no reflexo dos seus olhos,
vejo amor circular na minhas veias.
Largaria tudo por você!
Espontaneidade!
E o que é para mim?
Quando eu me achava livre e não soubedizer o que é a liberde!
Pessoas bebendo água. Que bebam alcool e se percam!
Alcool na mãos e nos balcões.
As doenças se pegam pela boca.
Por beijos inúteis, por beijos bons. Por outros beijos.
Palavras vazias, indescritíveis.
Pessoas tão vazias. Pessoas tão únicas, Irreproduzíveis.
Nossos pensamentos.
Seu jeito só você saberá.
Somos intransmissíveis. Mas somos doença.
Somos insensíveis.
Estalos orais.
Palavras.
Barulho.

Por Fim Tudo Será Bom

A madrugada me chama, quente
e súbita. Me coloco a pensar.
Foi instantâneo, foi tonante... Pensar
em você.
Você, que tem sido o eco dos meus
pensamentos por muito tempo,
por quem guardo sentimentos bem
no fundo do meu ser.
Gosto de proibido, gosto de errado,
gosto de carinho... Teu gosto bom.
Senti sua energia há muito atrás
e em primeiro contato apenas
brinquei com seu cabelo.
Me envolvi apenas depois.
Admiti gostar de você
Só que levou tempo. Eu tinha
um certo ódio por estar tão do lado oposto.
Agora acho que foi bom.
Minha cabeça era uma,
agora é outra.

Você me disse uma vez que todas
as mudanças não seriam feitas
de várias histórias, seriam
parágrafos novos.
E assim eu fui montando
a nossa folha.
Uma folha sempre escondida
no meio das outras.
Mas acho que sempre souberam.
Sempre foi óbvio.
Eu só não quero ferir, fazer errado.
Espero não fazer...
Eu espero o tempo passar novamente.
Pela nossa paz, por nós dois, por
nosso amor.
Continuo guardando tudo aqui
comigo, devagar e com carinho,
e sem arrependimento algum
de hora alguma.
Eu te disse uma vez que tudo isso
é como é para ser. Acredito nisso.
E se for, será.
Não preciso forçar nada nem
pensar agoniada, acho que
eu me encaminho até você.

Fugimos às vezes. Juntos ou
um do outro. Mas seu olhar
ainda fala a verdade ao cruzar
com o meu.
Sua energia!
De outro jeito talvez não fosse
tão bom.
"Romance só existe em paixões
que nunca se concretizam".
Eu ainda quero que aconteça;
Só não agora.
Por hoje sorrio ao trocar
momentos sempre bons, pensando
em você e não me perdendo.
Só tenho que controlar meus impulsos
de te roubar toda a vez!
Por fim tudo será apenas... bom!

******

LXXVIII

Pablo Neruda em Cem Sonetos de Amor

Não tenho nunca mais, não tenho sempre. Na areia
a votória dixou seus pés perdidos.
Sou um pobre homem disposto a amar seus semelhantes.
Não sei quem és. Te amo. Não dou, não vendo espinhos.

Alguém saberá talvez que não teci coroas
sangrentas, que combati o engano,
e que em verdade enchi a preamar de minha alma.
Eu paguei a vileza com pombas.

Eu não tenho jamais porque distinto
fui, sou, serei. E em nome
de meu mutante amor proclamo a purza.

A morte é só pedra do esquecimento.
Te amo, beijo tua boca em alegria.
Tragamos lenha. Faremos fogo na montanha.