sábado, 27 de setembro de 2008

O povo caminha, sob o sol,
terra quente e rachada.
O povo sua, o povo sofre,
o povo fede.
Unhas sujas,
face tristes-deprimidas.
O povo chora em suas lágrimas secas,
em seu canto agoniado,
canção lamuriada sem fim.
O povo segue sem destino.
O povo não sabe, o povo não vê.
Se engana em sua própria condição,
se perde em sua própria lamentação.
O povo da vida largada,
O povo de alma apagada,
O povo caminha, sob o sol,
terra quente e rachada.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Café

Estava sentada no café da praça principal.
Quente embora ventasse muito.
Mexia lentamente seu café, sentindo a textura do açúcar no fundo da pequena xícara, em um leve atrito.
Apenas uma colherada de açucar.


A colher em formato de concha a fazia pensar no mar.
Água salgada. Vento igual.

Sal na comida. Concha para servir.
Concha e colher, colher em concha.
Apenas uma de açucar.
Café.

domingo, 21 de setembro de 2008

Poesia

Poesia...
pensei em uma arte com palavras.
E fui me desdobrar em combinações todas especiais.
Fui me perder em versos para agradar aos outros.
Mas foi no falhar de tanto escrever e não conseguir poesia, que vi que poesia é apenas algo...
(explique então!)
palavras!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Conde de Liechtenstein - Parte I

... havia vezes porém em que eu preferia ficar sozinha um pouco. Cansava de ficar constantemente ouvindo conselhos das tais Damas de Companhia, tolas! Descobri que eu podia ir quando quisesse na biblioteca da corte que era mais vazia que os outros lugares, não me sentia observada constantemente, podendo então estudar com cuidado as poesias mais fantásticas.
E assim passei a ficar um dia por semana completamente sozinha. Me perguntavam se não me atraia ir aos jardins, ler para as outras garotas. Apenas penso comigo que minha irmã é quem cumpre essa função social em nossa familia. Não pretendo ficar muito com todas essas pessoas, que ao meu olhar não passam de falsas. Não quero decidir já com quem casar e que posses vou ter, escolher alguém apenas pelo status que vou ganhar. Então talvez esse isolamento seja bom para mim.
Mas foi em um destes dias, em que decidi me empenhar a literatura francesa, que vi algo que me deixou mais pensativa do que o normal. Estava andando em busca de algo diferente e aos poucos fui me direcionando até uma torre mais alta da grande biblioteca, aonde nunca tinha ido. Lá haviam apenas livros sobre batalhas, conquistas, grandes impérios e exércitos e algo sobre o avanço das descobertas. Nada que eu realmente quisesse ler, até então.
Entre as estantes da torre, como em muitas outras da biblioteca, havia um quadro. Mal teria percebido, normalmente. Mas este, com sua moldura suntuosa em dourado forte, pintura delicada e perfeita, trazia um retrato marcante. Me fez sair da onde eu estava. Me transportou frente a frente a o homem dos olhos mais profundos e azuis que eu já vira. Seu cabelo macio e sedoso, ondulado em loiro solar, e sua pele branca com faces levemente coradas. Sua camisa muito bem engomada, de algodão pálido, era protegida pela brilhante e leve capa de seda preta, com uma gola de pele felpuda e luminosa quase viva. Suas luvas guardavam suas mãos fortes e ao mesmo tempo delicadas, e estas, seguravam sua espada banhada a ouro.
Repeti a seqüência de detalhes milhares de vezes, abismada com tal beleza do retrato. Eu tinha o tempo que precisava, o silencio que queria e estáva frente a frente com aquele que não se gabava, não demonstrava interesse ou desdêm, não me feria os sentimentos uma vez sequer.
Vi que o tempo tinha passado além do que eu esperava e deveria ir.

sábado, 13 de setembro de 2008

Opio

Zeca Baleiro

Eu não quero ver você cuspindo ódio

Eu não quero ver você fumando ópio
Prá sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso
Seja lá o que isso for...

Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau...

Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro
Se bem me lembro
O melhor futuro
Este hoje, escuro
O maior desejo da boca
É o beijo
Eu não quero ter o tédio me escorrendo das mãos...

Quero a Guanabara
Quero o rio Nilo
Quero tudo ter
Estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo
Água e sal...

Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Quero viver, quero ouvir
Quero ver...

Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio
Prá sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso
Seja lá o que isso for...

Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo
Acenando tchau...

Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto sperando setembro
Se bem me lembro
O melhor futuro este hoje, escuro
O maior desejo da boca
É o beijo
Eu não quero ter o tédio me escorrendo das mãos...

Quero a Guanabara
Quero o rio Nilo
Quero tudo ter
Estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo
Água e sal...

Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Quero viver, quero ouvir
Quero ver
Nada tenho
Vez em quando tudo
Tudo quero
Mais ou menos quanto
Vida, vida
Noves fora zero
Se é assim, quero sim
Acho que vim prá te ver...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

23:47

foi tudo tumultuado e cheio de irritaçoes insuportaveis
em uma semana chatíssima e cansativa.
meus olhos doendo o tempo todo!
ja cansei!
mas é momentaneo de sexta feira em casa
em casa
meus olhos continuam a doer!
e penso nos livros que estão me esperando, nem sempre de boa vontade
e penso nas coisas que devo fazer
dever dever dever!
sinto que a humanidade criou suas proprias chatices
e eu estou no meio disso sem opção!
ah
mas no fundo
tem seus brilinho
aurea de sorte ta ai certo?
seja lá o que isso signifique,
como diria uma tia minha

e eu escrevi isso em 3 minutos, nem sei bem porque.
são 23:50 agora

e eu estou feliz depois
pelo o que aconteceu