quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Invisível

Os olhos dela, grandes em castanho escuro,
reflexo das horas tardes,
observavam atentamente a situação o seu redor.
Comendo sal na mesa da varanda cheia.

Foi primeira vez que a vi, naquele dia chuvoso de férias de verão.
O apartamento amplo, parede brancas e janelas fumê
dando um ar sépia a cena.
Sorria de leve. Não falava...
Mas eu sentia o carinho dela. Não por mim.

E nos vimos algumas vezes, todas as meninas atordoadas.
Risadas bobas e boas!
As vezes seu silencio dizia tudo, mas eu me sentia invisível a seu olhar tão bom.
Algo me chamou e não pude responder.
Não sabia como.
Tiveram também as tardes de sol no gramado quente
conversando sobre assuntos que nem lembro mais.

E em segundos tudo se inverte e a história girou ao meu redor.
O tempo passou...
As ferias acabaram. Depois foi-se o verão, você foi junto.
Minha mente se complicou e mudou mil vezes.
Me apaixonei por tantas coisas e conheci tantas pessoas.
E o mundo para mim pareceu se expandir.

Entre nós que ficamos,
as meninas risonhas, passamos apenas a ser bobas.
Porquê um dia os sorrisos mudaram.
O silêncio ruim se instalou.
Eu pensei em você tantas vezes.
Me sentia idiota, sem saber o que fazer.

As estações mudaram, o que para mim foram milhares de vezes.
Foi quando você voltou.
E acho que então consegui não me sentir invisível o suficiente,
para não dizer o que sinto por você,

E disse.

Um comentário:

inuse disse...

porra, que lindo man.
Eu fiquei super boba lendo aqui, e confesso com inveja, queria que um dia escrevessem pra mim algo assim, eu ia..adorar, haha.

mas enfim, sigo amando tudo que você escreve Cami!